sábado, 26 de dezembro de 2009

O negócio do Natal

domingo, 8 de novembro de 2009

[Dinamarca] Contra a cúpula COP15 em Copenhague em Dezembro de 2009

Convocatória Internacional de Ação Climática

A catástrofe é real e a mudança climática é um dos seus vários sintomas. O
slogan inevitável da COP 15, "evitar a crise climática global", é um
embuste elaborado para ocultar o verdadeiro propósito da COP 15, ou seja,
restaurar a legitimidade do capitalismo global, através da instituição do
capitalismo “verde".

Será empregada uma nova retórica "para evitar a mudança climática" para
justificar a repressão, suas fronteiras fortificadas, suas guerras
coloniais pelos recursos naturais. Vestir o Imperador com novas roupas.

Nossa resposta a esta mentira é um NÃO firme e absoluto.

Torna-se necessário alterar muito mais que os nossos hábitos em tempo de
ócio para sustentar o mundo nos próximos dias. Seria muita tolice
depositar as nossas esperanças justamente sobre aqueles que continuam a
destruir o planeta por dinheiro.

Em Copenhague, eles vão mostrar a maneira correta de criar um mercado que
transforme a biosfera em mercadoria, e assim em poluição, despejando
milhões de pessoas de suas terras para extrair os lucros da destruição do
que resta do nosso planeta. Nem os governos nem as corporações
sacrificarão seu crescimento para reduzir as emissões de carbono, e só vão
fazer isso para criar um novo regime autoritário para si próprios.

A retórica sobre a “crise climática" e da "crise financeira" é uma manobra
cínica dos administradores do Estado para negar a crise geral da chamada
civilização. A COP 15 será apenas uma tentativa para esconder a guerra que
o capitalismo está avalizando contra todas as formas de vida no planeta.

Uma guerra que abarca a totalidade, incluindo os oceanos e a atmosfera.

No meio da guerra, não há tempo para falar de gestão ou de "soluções
técnicas". Não se pode lutar em uma guerra alegando de que essa guerra não
existe, cegos pela repressão e transformados em cúmplices ao aceitar a
falsa promessa de tranqüilidade pequeno burguesa. No entanto, reconhecemos
o inimigo. Fixamos uma posição. Lutar!

Só livrando-nos daqueles que dizem nos representar e derrotando a
ideologia do crescimento econômico infinito, da produção industrial e de
consumo, podemos assumir o controle de nossas vidas e do planeta.

É hora de declarar: atacaremos minuciosamente as estruturas que apóiam a
COP 15. Irromperemos nas fileiras da sua polícia, recusaremos negociar com
os governos beligerantes e os meios de comunicação que lhes são
funcionais; nos negaremos a acompanhar as ONGs vendidas e todos os líderes
do protesto, rechaçaremos todos os governos e todas formas de decisões
governamentais, não só para deslegitimar aos atuais governos.

É a hora de dizer por que pensamos que a insurgência é necessária para
começar realmente a mudar as coisas para as quais estamos tão
desesperados. Através de um esforço conjunto em oposição contra os
detentores do poder, podemos obter uma primeira visão global, tanto acerca
da riqueza quanto das oportunidades possíveis, quanto idéias, experiências
e conceitos compartilhados por pessoas de todas as partes do mundo.

Às Brigadas Internacionais!

À Guerra Social, não caos climático!

Mais infos: http://nevertrustacop.org/

agência de notícias anarquistas-ana

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Há 100 anos que o pedagogo libertário, Ferrer i Guàrdia, foi assassinado pelo Estado Espanhol




Ferrer i Guàrdia é o mais célebre pedagogo espanhol. Nasceu em Alalla em 1859 e morreu em Barcelona em 1909. Foi o fundador da Escola Moderna e da pedagogia anarquista. Acusado de fomentar a revolta popular denominada Semana Trágica, Ferrer foi julgado num tribunal militar e condenado à morte por fuzilamento.
A sua obra mais conhecida é La Escuela Moderna.
Ferrer definiu assim a pedagogia libertária da escola moderna: "a escola moderna não tem outra fé que não seja uma confiança no futuro fundada em sólidos conhecimentos".
A pedagogia de Ferrer i Guàrdia caracterizou-se também por incorporar uma forte vertente de defensa do ambiente.
Texto extraído de: http://www.profblog.org/

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Eleições Legislativas de 2009


MOÇÃO DO COLECTIVO LUTA SOCIAL:
ANÁLISE DA SITUAÇÃO POLÍTICA DECORRENTE DO ACTO ELEITORAL DE 27 DE SETEMBRO DE 2009

Nenhuma mudança substancial no cenário político!
A única transformação real será imposta pelos que - a cada crise - ficam sempre «amolados». Mas isso irá implicar mudança de fundo; não parece possível dentro deste sistema representativo, exclusivamente partidocrático.
A abstenção superou a votação no PS. O crescimento do voto de protesto («anti-sistema», em grande parte), em partidos sem possibilidade de expressão de deputados, ou voto em branco ou nulo, embora ocultado por politólogos de serviço, indicia a real frustração de uma parte importante da população.
A solução para as lutas sociais em Portugal não reside na instância político-partidária, pois ela é parte do problema, desde há muito tempo.
A incapacidade da «esquerda sociológica» se traduzir em força social transformadora tem de ser analisada com maturidade, sem auto-complacência. Só é possível isso com diálogo entre pessoas que tenham propósitos e projecto de sociedade comuns ou convergentes.

Dessectarizar, propiciar as vias de um diálogo intra-esquerda, sem exclusões ou anátemas, no caminho da emancipação dos trabalhadores, neste país.

Colectivo Anti-Autoritário e Anti-Capitalista
de Luta de Classes, baseado em Portugal
www.luta-social.org

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Nas próximas Legislativas não votes



aqui uma análise sobre as últimas eleições regionais nos Açores.

sábado, 5 de setembro de 2009

A propósito das próximas eleições e da proposta de voto obrigatório de Carlos César


Voto obrigatório e a ditadura da maioria
Autor: Edson Passetti
publicado em: Revista Letralivre, Rio de Janeiro: Achiamé Editor, 2002, 4 p.
________________________________________
Getúlio Vargas — o déspota que se disse pai dos pobres, se transvestiu de democrata e se matou pretendendo ser herói —, permanece o principal fantasma a habitar a política brasileira. Mas com o fim da ditadura militar ele ganhou uma nova companhia, a do voto obrigatório.
De disfarce à tirania o voto obrigatório passou a ser sinônimo de garantias democráticas e por isso defendido pela maioria dos parlamentares. Mas o voto obrigatório é mais do que parte do ritual eleitoral. Ele é uma forma de aprisionar a liberdade do sujeito dirigido cada vez mais pelo espetáculo midiático que a televisão proporciona diariamente em nossas casas através de uma lei que obriga a transmissão de programas eleitorais. É outra medida obrigatória do nosso regime democrático em nome da educação política mas que funciona apenas para as TVs abertas poupando os assinantes de TV a cabo. Ela é destinada ao cidadão mediano, com escassos recursos materiais e prisioneiro preferencial das telerrealidades criadas diariamente para entretê-lo.
A democracia, não só no Brasil, transformou-se em ritual eleitoral eletrônico que funciona associando educação política a eleição. Quando muito instrui as pessoas a formarem grupos que aceitem a participação dentro do esquema das reivindicações seletivas organizadas pelos governos.
Hoje em dia elas são orientadas pelo princípio das sondagens eletrônicas que pretendem garantir a continuidade dos partidos ou das alianças políticas. As pessoas permanecem educadas para acreditar nos governos e a democracia se transformou num regime midiático, de respostas imediatas, que prioriza as pressões que possam ser transformadas em apoio político.
Com a midiatização da política, daqui para frente, seja com a continuidade do voto obrigatório ou com o regresso do voto facultativo, os governantes esperam irrisórias alterações significativas, mantendo sua eficiente educação que faz jovens e adultos acreditarem que votam livremente, mesmo quando coagidos.
Hoje em dia não se admite a sublevação contra a opinião pública. Isto seria considerado um crime!
Estamos no tempo da ditadura da opinião pública organizada pelas mídias. Um tempo em que os tiranos se apresentam como democratas juramentados como sempre em nome do povo, dos miseráveis, dos pobres, dos carentes, oprimidos ou excluídos. Não há mais o perigo da ditadura da opinião pública, da ditadura da maioria; hoje ela é governo. E você aí, por quê vai votar?

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Tourada, nem arte nem cultura



"Como homem e como professor não posso deixar de lhes enviar a minha mais completa e entusiástica adesão ao protesto levantado pela Sociedade Protectora dos Animais contra um espectáculo indigno do nosso tempo, da nossa mentalidade, da nossa civilização".

Aurélio Quintanilha, Professor da Universidade de Coimbra, natural da Terceira (meados do século passado)

segunda-feira, 27 de julho de 2009

A Minha Pátria é o Mundo Inteiro


Editado pela Livraria Letra Livre,o livro Minha Pátria é o Mundo Inteiro, de Alexandre Samis, retrata com profundidade e seriedade a biografia de Neno Vasco, importante anarquista luso-brasileiro que teve relevante participação no movimento sindical de sua época.

O livro é de leitura obrigatória para todos os que se interessam pela história do movimento anarquista em Portugal. Para nós, açorianos, há um motivo mais, já que ao longo da leitura podemos acompanhar um pouco da vida de alguns conterrâneos, nomeadamente a de "Santo" Antero.

domingo, 12 de julho de 2009

São Miguel ilha sem touradas!



A crise que afecta a indústria tauromáquica nos Açores faz com que os empresários terceirenses do ramo apostem em abrir novos mercados, tentando garantir um negócio que só sobrevive graças à exploração do trabalho barato, à ignorância do povo e aos maus tratos aos animais. Para conseguirem os seus objectivos têm contado com o apoio e o incentivo do Director Regional do Desenvolvimento Agrário e dos autarcas socialistas de São Miguel, nomeadamente Ricardo Silva, João Ponte e André Vibeiros.

Se é defensor dos direitos dos animais e se é contra o uso indevido de animais nos divertimentos populares como as touradas, zele pelo que o seu município seja livre de touradas.

Não compactue com este espectáculo que não tem qualquer tradição na ilha de São Miguel.

Para tal, se pretende que o seu município seja livre destas actividades que não têm qualquer tradição local, envie a mensagem sugerida abaixo (ou uma mensagem sua, se preferir) com destino à/ao Presidente da Câmara Municipal da sua área de residência, utilizando os contactos abaixo referidos:

Sua Excelência Presidente da Câmara Municipal:

Peço a V. Ex.ª que tome uma posição exemplar e pioneira de condenação e rejeição oficiais das touradas e da crueldade animal que estes espectáculos implicam, colocando o nosso Município na linha da frente dos Municípios mundiais que têm como princípio institucional promover o respeito pelos animais e não admitir actos de violência contra estes.

Poderia ser assim, o nosso Município o primeiro dos Açores a ser declarado Anti-Touradas, estabelecendo um exemplo que será certamente louvado e apreciado pelos seus habitantes, pela população de outros concelhos da Região, e, certamente, pela maioria da população portuguesa.

Os Açores necessitam, urgentemente, de dar passos positivos e sólidos na protecção dos animais e peço a V. Ex.ª que faça com que seja o nosso Município a dar o primeiro passo, que definirá uma nova era mais ética para com os animais nos Açores e em Portugal, através da declaração oficial de "Município Livre de Touradas", tendo como base a oficialização municipal de um compromisso público e permanente de não-autorização de touradas.
Esta medida promoveria o nosso Município internacionalmente como uma cidade institucionalmente comprometida com a protecção dos animais, o que certamente lhe traria grandes benefícios promocionais e económicos, uma vez que só que a identificação deste com turismo de natureza deve passar também pela defesa do direito dos animais.
Agradecendo antecipadamente a atenção de V. Ex.ª e ficando na expectativa de uma resposta,

Com os meus respeitosos cumprimentos,

Nome:
Número de BI:

Morada:

E-mail:


Contactos

Câmara Municipal de Ponta Delgada bertacabral@mpdelgada.pt
Câmara Municipal da Lagoa gabpres-cml@mail.telepac.pt
Câmara Municipal da Ribeira Grande ricardosilva@cm-ribeiragrande.pt

Câmara Municipal de Vila Franca do Campo pres@cmvfc.pt
Câmara Municipal da Povoação presidente@cm-povoacao.pt
Câmara Municipal do Nordeste presidente@cmnordeste.pt

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Nos Açores o Fascismo Também Matou

MEMORIAL DA CORAGEM PROIBIDA

Em memória da nossa avó Maria dos Anjos,
falecida em Janeiro de 1974, aos 93 anos,
curtida pelo silêncio da sua íntima certeza
de que o seu filho primogénito jamais
pertencera à “quadrilha da mão-negra” ...


1 – rescaldo da ementa fascista micaelense

Deixou de ser doloroso admitir que na segunda metade da década de 30 do século XX, as elites micaelenses aderiram sem esforço ao novel fervor salazarenho que havia sido consagrado na pseudo-constituição de 1933. Para encurtar razões, irei circunscrever os meus dizeres às generalidades dos contornos da clássica maneira de ser micaelense, no quadro açoriano: durante a ocupação filipina da Coroa portuguesa, a hierarquia católica micaelense fez quase tudo para denegrir a influência anglicana que poderia resultar do apoio à causa defendida pelo martirizado prior do Crato; mais tarde, o aliciante alvoroço da revolução de 1640 levou meses a chegar à ilha do Arcanjo; duzentos e setenta anos depois, a auspiciosa novidade da implantação da república chegou já “fora d’horas” para aquecer (mesmo que em banho-maria) o indiferentismo micaelense; e o nosso (de)cantado “vinte-cinco d’Abril”, até hoje, não conseguiu atinar com o rumo certo para chegar à mesa das sopas do espirito santo da pobreza micaelense, apesar do maná salpicado da drogaria da moda...
Assumo publicamente a responsabilidade pela feitura deste inventário apressado das vicissitudes do sinuoso percurso do civismo micaelense. Quero continuar solidário com o sofrimento emocional daqueles que foram civicamente insultados ao verem a sua ilha usada como colónia penal no meio do atlântico-norte. Como no-lo diz a história, à ilha veio parar gente de elevado gabarite cívico, como o general Gomes da Costa, o coronel Barroso (pai da antiga primeira dama de Portugal), sem esquecer todos aqueles ilhéus que se sentiram “deportados” na própria terra… O estufeiro Carlos Tavares Ferreira, oriundo de Rosto-do-Cão, co-fundador da Casa do Povo de Fajã de Baixo e destemido anti-fascista, foi um deles.

2 – As vítimas, os carrascos e a indiferença da maioria silenciosa

Como era tradicional a juventude ter de “servir o rei”, em finais da década de 30 (século XX) Carlos Ferreira foi obrigado a “assentar praça” no exército português. Depois da recruta for promovido a cabo, e fez parte das praças então incumbidas de fazer sentinela aos locais onde muitos deportados politicos “jaziam” as suas penas conferidas sem o competente julgamento.
Com base no testemunho verbal dos velhos estufeiros da Fajã de Baixo (alguns, em 1975, estavam ainda muito lúcidos, em conversas amplamente testemunhadas pelo então veterano presidente daquela freguesia), Carlos Ferreira para além de estufeiro diligente e pontual, era mancebo destemido, exímio caçador de cordonizes, experiente “tratador” de cães.
Do relacionamento ocasional (embora subalterno) com alguns dos notáveis deportados que foram forçados a residir na ilha, resultou em que o jovem estufeiro depressa se desse conta das arbitrariedades cívicas cometidas pelo fascismo. Não obstante o grau elementar da sua preparação literária, teve a oportunidade de lidar com bons mestres e de beneficiar da convivência clandestina com livros raros para a época.
Acontece que em finais da década de 30, um dos mais sinistros agentes do fascismo em terra micaelense foi um tal tenente de infantaria, chamado Manuel Magro Romão, um dos lacaios típicos aliciados pelo delírio anti-democrático da moda: figura franzina, depressa arvorado em “napoleãozito de esquina”, a quem foi dado o comando da Policia Cívica de Ponta Delgada.
Gaguejam as crónicas da memória colectiva do tempo que, em dias de maus fígados, o intendente Romão divertia-se a passear a sua “autoridade” pela pacatez de Ponta Delgada; uma das tarefas patrióticas que lhe dava um gozo enorme era o ritual de esbofetear o munícipe distraído que ousasse caminhar no lado errado da via pública… em inocente desobediência à autoridade patusca das suas prepotentes posturas policiais.
Consta que de certa feita (porventura com a opinião já (in)formada pelos “bufos” da praça micaelense) o remendo de gente chamado Romão fez questão de interrogar, pessoalmente, o valoroso estufeiro Carlos Ferreira. Acontece que naquela época, Carlos Ferreira já era conhecido como criatura dita “perigosa”, fisicamente possante, com acesso gratuito a livros excomungados pelos príncipes da pureza ideológica decretada pelo salazarismo nascente. Ademais, por mais duma vez, havia sido surpreendido a “botar” palavra “anti-estado-novo” nas barbearias, nas tabernas mais concorridas, e não raro junto à escadaria da senhora da Boa-Nova, nos serões de sábados, já com a magra “féria” na algibeira, nas noites cálidas de verão, onde os assalariados braçais da área se juntavam à meiguice tradicional dum garrafão cheio de ilusões...
Há indícios (que não interessa agora revisitar) que conduzem à proximidade do facínora denunciante da época: alcoviteiro malino que trabalhava como cobrador da luz da empresa Cordeiro. O que interessa agora recordar através do alfabeto da memória, é a natureza do interrogatório a que Carlos foi sujeito, à porta-fechada, como aliás recomendavam os preceitos do caciquismo politico da época.
E assim foi. O “patrasana” tenente Romão desconhecia a verruga da vergonha na cara, porque era enfermo incurável da cobardia. A sua fragilidade estava sempre protegida por seis guardas de polícia, gente quase analfabeta mas feliz por não serem cavadores da terra dos outros. Os guardas estavam estrategicamente colocados nas imediações do seu faustoso gabinete, instalado na zona adjacente leste ao palácio da Conceicão.
Naquele tempo, os policias (e a própria opinião pública) já conheciam o método preferido do asqueroso tenente Romão: humilhar a vítima até à “raiz da alma”; para além do limite da dignidade varonil das suas vitimas. Porém, há sempre as excepções: para espanto dos guardas, o interrogatório do sindicalista Carlos Ferreira foi, como sói dizer-se, festa de pouca dura...
Mas.. afinal, que terá então acontecido de especial durante aquele crudelissimo interrogatório?
Não seria difícil por a imaginação em órbita acelerada. Vamos com calma. Sabia-se que o tenente Magro Romão costumava disfarçar a sua pequenez física colocando-se atrás duma enorme secretária de pinho resinoso, onde pontificavam um imponente “mata-borrão” e dois tinteiros, respectivamente repletos de tinta preta e vermelha; havia ainda a inseparável campainha de alarme, que mais parecia a sineta fúnebre da quaresmal “procissão dos terceiros”. O cenário geral do gabinete ostentava com o pano de fundo uma moldura episcopal com o perfil oficial da ditadura: Salazar!
Tudo isto é referido para lembrar que, até à data, ninguém conseguiu saber ao certo o que se terá passado no interior daquele sinistro gabinete.
O que se sabe é que, num dado momento do interrogatório, a porta do gabinete foi aberta, abruptamente: num ápice, os guardas viram o pequerrucho tenente Romão a correr estavanado, com o rosto e a farda salpicados de tinta vermelha (ou talvez sangue?!). O homem ia louco, e berrava, e berrava histericamente, aos seus subordinados:
- … prendem este malandro! Acabem depressa com este malandro!
Naquela tarde, devido àquele gesto temperamental a sós com o famigerado comandante (sabemo-lo hoje), Carlos Ferreira assinara a própria sentença de morte!
Não se conhece ao certo os pormenores tácticos usados pelo intendente Romão. Sabemos apenas o que foi testemunhado das pessoas que foram inocentememte apanhadas pelo evento. Carlos Ferreira foi amarrado para ser disciplindamente agredido pela meia dúzia de policias de serviço, todos micaelenses: na circunstância, havia alguma urgência para provar serviço bem feito. Naquele mesmo dia, o estufeiro-sindicalista foi admitido nas urgências do hospital de Ponta Delgada, com múltiplos ferimentos e fracturas no crâneo. Apresentava basta evidência de ter sido agredido, impiedosamente, por agentes mais apavorados do que justiceiros...
Entretanto, perante alguns gestos isolados de tímida valentia, mas sinais de repúdio pelo sucedido, vindos da parte de pequenos grupos de camponeses de São Roque e de estufeiros da Fajã de Baixo, o tenente Romão resolveu cortar o mal pela raiz: Carlos Ferreira foi simplesmente “despachado” para a ilha Terceira, com toda a papelada preenchida, atestando a sua suposta qualidade de agente subversivo do comunismo euro-americano...
Ainda hoje muito pouco se conhece àcerca do seu estado mental, ao desembarcar na ilha Terceira, em trânsito para o depósito prisional da histórica fortaleza de S. João Baptista. Sabe-se apenas que viajou amarrado, instalado no porão destinado ao gado em trânsito (os burocratas policiais da época não cultivavam o zelo de averbar o diagnóstico então detectado e conferido, relativamente às enfermidades fisicas e psicológicas dos malogrados detidos.)
Em carta datada de 17 de Março de 1937, a direcção da Casa de Saúde de São Rafael, Angra do Heroísmo, os pais de Carlos Ferreira (na altura com 33 anos) eram informados do seguinte:
“ (…/... )
... o seu filho Carlos deu entrada nesta Casa de Saúde no dia 3 de Março, vindo do Depósito de Presos da Fortaleza de S. João Baptista, desta cidade de Angra.
O seu pobre filho (sic) veio muito mal, agitado, furioso, agressivo…
Recusa-se a tomar qualquer alimento…
Enfim, que Deus o melhore, senão assim não poderá durar muito tempo…
Sem outro assunto,
José Gonçalves Nogueira, Director”

Alguns meses mais tarde, outra carta, datada de 18 de Agosto de 1937, oriunda da mesma fonte, e dirigida aos meus avós, rezava o seguinte:

“ ( … /...)
… o cadáver do seu infeliz filho foi sepultado no dia 31 de Julho passado, no cemitério de Nossa Senhora da Conceição, desta cidade de Angra do Heroísmo.
Desejo a V.Exa. muita saúde e a graça de Deus…
Damião de Sousa, Director”

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P.S.


(*) Já lá vão cerca de sete décadas! … falta-nos ainda obter confirmação inequívoca da veracidade da notícia, segundo a qual o poeta-advogado Oliveira San-Bento (que mais tarde acabaria oscilando para as margens do Estado Novo) terá sido o único advogado micaelense que na época teve a coragem de se manifestar cívica e profissionalmente insultado pelas ilegalidades, prepotências e arbitrariedades praticadas pelo asqueroso tenente Magro Romão…
Anos mais tarde, durante a II Guerra Mundial, o subalterno Romao foi obrigado a servir o fascismo em terras de Angola; consta que naquele tempo (1941-45) foi comprovadamente surpreendido com “o pé na poça”, como autor de irregularidades financeiras...

Maio, 2009
Rancho Mirage, California
Autor: João-Luís de Medeiros

Fonte: Correio dos Açores, 17 Maio 2009

terça-feira, 9 de junho de 2009

"Diego", dicho Abel Paz




Hay que leer la prensa extranjera – francesa, inglesa –, para percatarse de que la España de Zapatero es mejor comprendida y a menudo mejor evaluada fuera que dentro de España. Esto se aplica a todos los avances sociales realizados o en curso de realización. Y en ninguna parte la crisis económica mundial está tan denostada y salvajemente imputada al gobierno local como aquí. Es verdad y necesario señalar que las increíbles carencias de comunicación, la falta de carisma, de calor, para no hablar de entusiasmo, de los servicios de comunicación del Gobierno no son la mejor ayuda para que los ciudadanos, sea directa o indirectamente, se interesen o se dejen convencer por las reformas en curso. El propio juez Baltasar Garzón es infinitamente más apreciado, admirado y hasta querido en el extranjero que en su propio país.

Es leyendo el diario francés Libération como uno recibe la primera noticia de la muerte, en Barcelona, el pasado 13 de abril, de Abel Paz, anarquista de vida ejemplar, altos ideales y valía moral.

No son pocos los turistas medianamente preparados pero conocedores de la historia de España y enamorados de la lucha de Cataluña contra el alzamiento franquista, que se sorprenden de que no haya en Barcelona una Plaza de Buenaventura Durruti ni un Paseo de los Hermanos Ascaso. O por lo menos una placa con sus nombres, escondida en algún rincón de la ciudad. Es la eterna historia, la del rechazo visceral del anarquismo, ese “espantaburgueses” que aterroriza a los mejor dispuestos a rendirse al comunismo más implacable antes que reconocer valor alguno, así sólo fuera simbólico, al anarquismo.

Falleció Abel Paz a los 88 años de edad. Su nombre verdadero era Diego Camacho, escritor, historiador, autodidacta y militante anarquista toda su vida. Dejó unos diez libros publicados, entre los cuales una biografía de Durruti traducida a catorce idiomas. En París, el 29 de mayo, se presentó un documental de Frédéric Goldbronn titulado Diego, en un acto de homenaje en presencia de simpatizantes y amigos que lo conocieron bien.

“Bastan a veces tres segundos para dar sentido a una vida, y en este caso fueron casi tres días los que me marcaron para siempre, como marcaron a cientos de miles de personas”, decía Paz en una entrevista recordando cómo, el 19 de julio por la mañana, cuando Goded sacó a las tropas de los cuarteles de Pedralbes, se encontró ante él, enfrentándolo, a un millar de anarcosindicalistas casi sin armas, decididos a defender la ciudad del fascismo. Ese mismo día, Francisco Ascaso perdía la vida en el ataque a un cuartel.

Demasiado joven, Paz no irá al frente de Aragón. Se quedará para “construir el futuro” inventando nuevas formas de vida. “Tenemos que construir sobre bases nuevas.” escribe Paz en su biografía de Durruti. “La solidaridad entre los hombres es el mejor incentivo para despertar la responsabilidad individual… Es preciso que el hombre aprenda a vivir y conducirse como un hombre libre… como dueño de sus propios actos. En la lucha no se puede comportar como un soldado al que le mandan, sino como un hombre consciente de que conoce la trascendencia de sus actos.” Es la Barcelona de Orwell, en donde “prevalecía un estado de cosas que enseguida me pareció merecer la pena de luchar por él”.

La vieja historia del fin y los medios. “La anarquía ha situado muy alto la idea de que el fin no justifica los medios. Para la anarquía más que para el comunismo, una sociedad nueva se construye desde el primer instante, y no utilizando cualquier medio”, dice Abel Paz. Pero ¿quién podría afirmar que estos preceptos éticos no valen también hoy, contra el terrorismo moral involucionista de las iglesias, o el código ético de los políticos, juristas y torturadores de Guantánamo?

Se conoce como termina: con la toma del control por parte de los estalinistas se desmontan las cooperativas de Barcelona, las colectividades campesinas de Aragón, se liquida el POUM, se persigue a los anarquistas y es la derrota final. Paz se exilia en Francia, donde pasará por los campos de concentración y el trabajo forzado bajo el régimen de Vichy. Después, el regreso a España y la cárcel, de la que saldrá en 1953 para exiliarse de nuevo en Toulouse hasta 1977.

Uno de los componentes más conmovedores del anarquismo español es, sin dudas, su interés, su auténtica bulimia cultural. “El gran sueño de Durruti y Ascaso era fundar editoriales anarquistas en todas las grandes capitales del mundo. La casa matriz habría estado en París. Con tal propósito se fundó la Biblioteca Internacional Anarquista”, escribe Cánovas Cervantes (citado por Enzensberger). “Durruti colaboró con medio millón de francos para el mantenimiento de la Librairie Internationale”, afirma Alejandro Gilabert. Pero cuando “después de la proclamación de la República, los anarquistas quisieron trasladar la sede de la editorial a Barcelona… en la aduana francesa de Port-Bou los gendarmes franceses prendieron fuego a todo el material”.

“Me pregunto cómo se puede vivir sin libros. Cómo se puede reflexionar sin devorar libros, novelas, estudios, libros de historia o de filosofía. Todo vale”, escribe Abel Paz. “Ser anarquista es ser una persona coherente… Trabajar lo menos posible, lo suficiente para poder vivir, disfrutar de la belleza, del sol. Disfrutar de la vida con mayúsculas es un estado mental, una actitud ante la vida. Trata de vivir esta utopía un poco cada día.”

Pues eso
Nicole Muchnik es periodista y pintora

sexta-feira, 29 de maio de 2009

O Desenvolvimento Não Pode Ser Sustentável

[Defensor do decrescimento, Carlos Taibo, é professor de Ciências Sociais
e de Administração na Universidade Autônoma de Madri (UAM), na Espanha. É
autor de mais de uma dezena de livros, o mais novo se chama "En defensa
del decrecimiento. Sobre capitalismo, crisis y barbarie" (Em defesa do
decrescimento. Sobre capitalismo, crise e barbárie), que lança luz sobre o
decrescimento, um novo movimento nascido na França, em 2003, e que já
conta com adeptos em diversas partes do mundo. Entre outras coisas, eles
lutam contra o totalitarismo economicista, desenvolvimentista e
progressista, a sociedade de consumo, do automóvel, da publicidade, do individualismo, da industrialização mundial, a medicação da vida, dos
deslocamentos de pessoas e mercadorias... Buscam a valorização do tempo,
da regionalização das atividades, de uma alimentação natural...
Autogestão.. São defensores da ecologia, dos recursos naturais. O
professor concedeu a seguinte entrevista à ANA.]

Agência de Notícias Anarquistas > O tema do decrescimento é novo no meio
ecológico e libertário espanhol?


Carlos < É relativamente novo: a palavra “decrescimento” tem sido
introduzida nos últimos tempos no debate dos movimentos ecologistas e
libertários. Mesmo assim, o conceito correspondente tem uma tradição
sólida e visível presença há muito tempo. Na realidade, a proposta é uma
conseqüência inevitável de desenvolvimentos teóricos anteriores.

ANA > É urgente pensar numa sociedade de decrescimento, livre da ditadura
econômica, do consumo, do sistema capitalista?


Carlos < É o único horizonte defendível no que diz respeito aos países do
Norte desenvolvido. Hoje já sabemos que o crescimento econômico não
provoca uma maior harmonia social, produz agressões ambientais, em muitos
casos, irreversíveis, esgota recursos naturais que não vão estar à
disposição das gerações futuras, e facilita o assentamento de um modo de
vida escravo que seduz a concluir que a nossa felicidade será maior quanto
mais consumamos.

ANA > Mas em países do Sul, como o Brasil, em pleno desenvolvimento,
crescimento econômico, uma sociedade de mercado em expansão, estas idéias
não têm sentido, não são defendíveis?


Carlos < Tem, evidentemente, um sentido diferente. Mas com certeza há
regiões inteiras do Brasil com grandes pegadas ecológicas nas quais é
preciso decrescer. Os países do Sul não podem reproduzir mais o modelo
agressivo e depredador que os países do Norte estão impondo em todo o
Planeta.

ANA > E quais seriam os primeiros passos para uma sociedade de decrescimento?

Carlos < Fechar muitos complexos econômicos -na indústria do automóvel e
na da aviação, na construção, nos complexos militares, na publicidade-,
recolocar os trabalhadores desempregados nos setores vinculados com a
economia social e ambiental, facilitar a repartição do trabalho e, enfim,
trabalhar menos e consumir menos. Todo o anterior deve vir acompanhado de
um processo geral de redistribuição da riqueza.

ANA > E uma “economia” cada vez mais regional, local, não?

Carlos < Sim. Temos que recuperar o mundo do local frente às supostas
vantagens do global. Isso permitiria restaurar boa parte das produções
locais. E, além disso, facilitaria a recuperação de formas de democracia
direta e autogestão. Quanto menos poder deleguemos, em todos os terrenos,
melhor para todos.

ANA > Dentro da política de decrescimento está também uma alimentação
natural, vegetariana, em oposição à alimentação industrializada, moderna,
causadora de inúmeras doenças e destruição da natureza?


Carlos < Está, naturalmente. O regresso ao local deve permitir a
reconstrução de muitos dos elementos da agricultura tradicional e deve
fechar o horizonte a muitas das grosserias políticas de intervenção
desenvolvidas pelas grandes empresas transnacionais.

ANA > E que setores são esses da economia social e ambiental que você fala?

Carlos < Falo, em geral, de setores não guiados pela lógica do benefício,
senão pelo objetivo de satisfazer necessidades e manter o equilíbrio com o
meio natural.

ANA > O deslocamento das pessoas também é uma preocupação dos
decrescentistas. Você concorda com a tese de que o turismo está afetando o
meio ambiente?


Carlos < Concordo, sim. Não podemos permitir-nos manter os níveis atuais
de deslocamentos, decisivos em matéria de esgotamento de recursos
naturais. Mas o problema não é só o turismo: alcança aos deslocamentos
irracionais que se verificam no meio urbano, em todos os lugares.

ANA > E sobre a “aceleração do tempo”, o que você poderia falar?

Carlos < A defesa da vida social acarreta, por lógica, uma defesa paralela
de sociedades onde o tempo não está regulamentado como nas nossas
sociedades de hoje. A regulamentação do tempo, e aceleração irracional de
todas as práticas, é um elemento essencial da lógica do capitalismo.

ANA > Há alguma diferença entre as idéias de decrescimento e as idéias de
Liev Tolstói de “simplicidade voluntária”?


Carlos < Há, sim. Ainda que creia que a maioria dos defensores do
decrescimento não está a pensar em sociedades marcadas por um código
religioso que convoque a reduzir hierarquicamente a manifestação das
emoções e das sensualidades. O que temos que defender é, sem mais, a
radical virtude da vida social frente às lógicas da produção, do consumo e
da competitividade.

ANA > Todos, ou a maioria dos problemas ambientais estão atrelados ao
consumo?


Carlos < Estão vinculados com uma explosão irracional das necessidades e,
naturalmente, com um aumento importantíssimo da população do Planeta.

ANA > E como mudar o imaginário de felicidade das pessoas quando elas
consomem alguma coisa?


Carlos < Sublinhando que, deixados atrás os níveis inferiores de
desenvolvimento, o hiperconsumo é bem mais uma manifestação de
infelicidade que o procedimento que permite acrescentar esta última.
Lembro mais uma vez que, a pesar de a renda per capita ter crescido três
vezes desde 1945 nos EUA, a porcentagem de norte-americanos que se
declaram cada vez menos felizes têm crescido espetacularmente.

ANA > Qual a importância da criatividade numa sociedade de decrescimento?

Carlos < O ócio criativo, assentado no trabalho coletivo e na investigação
consciente, é um elemento central de qualquer projeto de decrescimento. É
a antítese de um mundo, o nosso, de hoje, no que a criatividade ficou
morta em proveito, sem mais, da produtividade mais mecânica.

ANA > Hoje o conceito de “desenvolvimento sustentável” foi praticamente
recuperado pelos capitalistas, corporações, multinacionais... que
acreditam que é possível aliar a preservação do meio ambiente ao
desenvolvimento econômico. As idéias de decrescimento também não correm
esse risco?


Carlos < O risco existe sempre, sim. Mas parto da certeza de que o
capitalismo não pode subsistir num cenário de decrescimento. Outra coisa é
que consiga aproveitar determinadas ideais vinculadas com o decrescimento
para de esta maneira anular o sentido de fundo do projeto que este
reivindica. Em qualquer caso, hoje sabemos que o desenvolvimento não pode
ser sustentável.


ANA > Dias atrás o presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou um plano
para tornar os carros e caminhões mais eficientes, que poluam menos e para
reduzir o uso de combustíveis. Outros países vão no mesmo caminho. E há
também outros exemplos de empreendimentos e iniciativas “verdes”. Há aí
algum aspecto de decrescimento? Ou tudo está dentro da lógica de
crescimento, do eco-capitalismo?


Carlos < Essas propostas têm pouco ou nada a ver com o decrescimento. Ao
cabo o que propõem é desenvolver tecnologias que devem permitir manter os
nossos níveis atuais de atividade econômica e, com eles, os nossos níveis
de agressão contra a natureza. Além disso, estão claramente desenhadas com
o objetivo de manter os benefícios das grandes empresas.


ANA > Qual o principal problema ambiental na Espanha nos dias atuais?


Carlos < As políticas que o Governo espanhol desenvolve em relação com a
mudança climática são particularmente pouco eficientes. Do mesmo modo, a
costa foi castigada pela construção de milhões de prédios que destruíram
lugares de claro interesse ecológico.

ANA > E o que devemos fazer “aqui e agora” como práticas decrescentistas?

Carlos < Temos que nos organizar, naturalmente, e temos que introduzir na
nossa vida cotidiana práticas diferentes. Mas isso não é um fenômeno
singular do projeto de decrescimento: antes deste estávamos na obrigação
de fazer o mesmo.

ANA > Para terminar. Ainda há tempo para salvar o Planeta, parar o
desenvolvimento?


Carlos < Para ser sincero, devo confessar que temos pouco tempo. Quanto
mais adiemos a nossa resposta, mais difícil será resolver os problemas.

domingo, 24 de maio de 2009



O porquê da Revista

Estamos convictos de que o anarco-sindicalismo é, por um lado, a resposta adequada, por parte dos trabalhadores, à exploração e opressão a que o capitalismo e o Estado sujeitam o conjunto da sociedade, e de que é, por outro lado,simultaneamente um meio de luta e uma forma de organização que, prefigurando já no presente a sociedade futura a que aspiramos, abre o caminho à construção de um meio social no qual os indivíduos e as suas associações possam livremente cooperar, na base do apoio mútuo e da solidariedade, no sentido, não só da satisfação das suas necessidades físicas,
psíquicas e intelectuais quotidianas, mas também do pleno desenvolvimento de todas as suas capacidades e aptidões.

Dito isto, sabemos bem que há diferentes correntes libertárias de opinião, divergentes quanto à forma e aos meios a utilizar no combate que todos travamos para conseguir atingir o objectivo que todos pretendemos alcançar. Há as correntes que
consideram o sindicalismo, sob qualquer forma que seja, como inadequado a uma luta anti-capitalista consequente; há a corrente individualista que não aceita o comunismo libertário como forma de organização social futura; há a anarco-feminista que defende a existência de organizações especificamente femininas; e outras ainda.

Pensamos que é sempre extremamente útil aprofundar, por todas as formas ao nosso alcance, o debate de ideias em torno destas, e doutras, correntes de opinião.
A par deste debate de ideias, também achamos importante a análise de outras questões que possam, directa ou indirectamente, interessar à luta dos oprimidos e deserdados pela sua libertação de toda a espécie de tiranias, tais como: capitalismo e globalização; guerras, fome e miséria; partidos, sindicatos burocrático-reformistas e mass media; concertação social; guerra social; greve geral activa e autogestão; e tantas outras.

Por isso, decidimos iniciar a publicação desta revista com o objectivo de contribuir para um maior esclarecimento das ideias de todos, e de cada um, de nós.


http://www.freewebs.com/aitbas/ApoioMutuo/ApoioMutuo_1.pdf

sábado, 16 de maio de 2009

Faleceu Edgar Rodrigues


Nota de Falecimento

Informamos com profunda tristeza o falecimento do escritor anarquista, militante e associado do Centro de Cultura Social, Edgar Rodrigues.

Sua morte se deu por volta das 20h de ontem, 14/05, devido a uma parada cárdio-respiratória. O corpo será cremado entre sábado e domingo sem cerimônia, como era a vontade de Edgar.

Autor de dezenas de obras e centenas de artigos sobre a história e as idéias anarquistas no Brasil e em Portugal, Edgar foi o maior e o mais importante difusor da cultura libertária desde o final dos anos 1960 quando publicou, sob a ditadura militar, a trilogia tornada clássica e indispensável em nossos dias: “Socialismo e Sindicalismo no Brasil, 1675/1913”, “Nacionalismo e Cultura Social, 1913-1922” e “Novos Rumos, 1922-1945”.

Edgar foi também fundador e um dos principais fomentadores do arquivo atualmente em posse do Círculo Alfa de Estudos Históricos (Grupo Projeção), para o qual, não obstante sua obscura expulsão, destinou partes substanciais de seu precioso acervo pessoal reunido ao longo de uma vida e com duros esforços.

A jovem geração anarquista que surge em meados dos anos 1980 juntamente com a reabertura do Centro de Cultura Social de São Paulo, certamente não saberia passar sem Edgar Rodrigues. Esta geração lhe é grata pela generosidade com a qual ele sempre soube lidar com o patrimônio cultural do anarquismo e por seu trabalho incansável de resgate da história e da memória anarquista.

Edgar que se foi aos 88 anos estará sempre presente para nós por meio de suas obras, por sua tenra lembrança e por uma vida dedicada ao anarquismo.

Saúde e Anarquia!

Centro de Cultura Social
www.ccssp.org

terça-feira, 12 de maio de 2009

Não às Corridas Picadas e aos Touros de Morte


segunda-feira, 27 de abril de 2009

1º de Maio Anticapitalista e Anti- Autoritário

Manifestação
Jardim Príncipe Real – Lisboa – 16 h


O 1º de Maio evoca aqueles que morreram na luta contra o capital. Desta forma, nunca poderá ser uma celebração. Por outro lado, em circunstância alguma se deverá homenagear uma das suas formas de escravatura: o trabalho ou o estatuto de trabalhador nos moldes de uma sociedade capitalista e autoritária.

A nossa luta é directa e global, contra todxs xs que nos exploram e oprimem, contra o patrão no nosso local de trabalho, contra o bófia no nosso bairro, contra a lavagem cerebral na nossa escola, contra as mercadorias com que nos iludem e escravizam, contra os tribunais e as prisões imprescindíveis para manter a propriedade e a ordem social.

Não nos revemos no simulacro de luta praticado pelxs esquerdistas, ancoradxs nos seus partidos, sindicatos e movimentos supostamente autónomos. Estes apenas aspiram a conquistar um andar de luxo no edifício fundado sobre a opressão e a exploração, contribuindo para dar novo rosto à miséria que nos é imposta.

Recusamos qualquer tentativa de renovação do capitalismo, engendrada nas cimeiras dos poderosos ou na oposição cínica posta em cena pelos fóruns dos seus falsos críticos. Não tenhamos ilusões. Não existe capitalismo “honesto”, “humano” ou “verde”. A “crise” com que nos alimentam até à náusea não é nenhuma novidade. A precaridade não é só um fenómeno da actualidade, existe desde que a exploração das nossas vidas se tornou necessária à sobrevivência deste sistema hierárquico e mercantil.

Porque queremos um mundo sem amos nem escravos, apelamos à resistência e ao ataque anticapitalista e anti-autoritário. E saímos à rua.

terça-feira, 21 de abril de 2009

1º de Maio de Luta



[versão em português por Colectivo Luta Social]

Hoje em dia a evolução actual da crise do capitalismo coloca os trabalhadores ante duas opções bem definidas: ou sofrer num sistema económico e social desigual e autoritário ou, em vez disso, estabelecer as resistências para impor uma verdadeira repartição das riquezas e que os nossos direitos e libertadas sejam respeitados.

Nós, abaixo-assinados, sindicalistas revolucionários ou anarcossindicalistas, fizemos muito claramente a nossa escolha. Não queremos continuar a negociar a nossa derrota; preferimos, aqui e agora, organizar as nossas vitórias. E, para tal, somente greves gerais interprofissionais e por tempo indetermionado, como já se podem observar em vários países, nos vão permitir derrotar os dirigentes políticos e económicos. Apenas a solidariedade internacional sem falha de todos os trabalhadores, do Norte ou do Sul, de Leste ou de Oeste, poderá fazer cambalear o sistema político e económico que tem esmagado quotidianamente as nossas liberdades e nossos direitos.

NÃO PAGAREMOS A CRISE DELES !!

As organizações sindicais devem fazer todo o possível para inverter as relações de força e terminar agora com a chantagem a pretexto da crise e as políticas de destruíção social. Porque pensamos que a exploração já durou bastante e porque estamos fartos de trabalhar sempre para aumentar os lucros deles; porquer exigimos o direito a uma saúde, uma educação e a transportes de qualidade e públicos; porque exigimos o direito de ciruclar livremente num mundo sem pátrias nem fronteiras. Por estas razões e por muitas mais, apelamos à construção de um sindicalismo revolucionário, anti-capitalista e anti-autoritário, o único capaz de fazer com que as relações de força se invertam.

Afirmamos pois, sem rodeios nem complexos, que o fundamento de todas as crises económicas, sociais, ecológicas ou internacionais não é senão o capitalismo.

Porque afirmamos que por detrás da lógica do lucro se perfila uma lógica da morte.

Acabemos com o capitalismo AGORA, QUE ESTAMOS A TEMPO.

Imponhamos pela luta sindical e social outro modelo de sociedade, mais livre mais justo, para que o nosso futuro não seja como o nosso presente e em versão pior.

Organizações que subscreveram:
CNT (França), Solidaridad Obrera (Espanha), ASSI (Espanha), SAC (Suécia), Luta Social (Portugal), ASOINCA (Colômbia), CGT (Espanha), ODT (Marrocos), Iniciativa de l@s Trabajador@s - IP (Polónia), USI (Itália), Confederacion del sector publico - CSP (Camarões) SISA (Itália), Federacion Obrera de Base - FOB (Argentina), Espacio Sindical Democratico - ESD (Marrocos), USTKE (Kanaky / Nova Caledónia), NGWF (Bangladesh), Consejo de los Licéos de Argelia (CLA), USNTB (Benin), CGT CI (Costa de Marfim), SINALTRAINAL (Colômbia), Comision sindical de la Via democratica (Marrocos), ESE (Grécia), IWW (Grã Bretanha e Estados Unidos), ANDCM (Marrocos), Colectivo de mujeres de Cabilia (Argélia). CGT B (Burkina Faso)

terça-feira, 7 de abril de 2009

1º de Maio: Luta e Resistência


O primeiro de Maio já foi um dia de luta e resistência operária. Neste dia os trabalhadores iam as ruas cobrar seus direitos através da acção directa popular. Durante muito tempo o dia do trabalhador foi marcado por inúmeras manifestações populares e também pela forte repressão estatal e burguesa contra os movimentos sociais combativos.


O 1º de Maio tem sua origem enraizada na AIT (Associação Internacional dos Trabalhadores). Os trabalhadores ligados a AIT tinham a proposta de declarar um dia de luta pela jornada de oito horas de trabalho. Mas os acontecimentos de Chicago no ano de 1886, que deram o verdadeiro significado do 1º de Maio.


No século XIX as condições da classe trabalhadora eram terríveis. As condições de trabalho eram mínimas, a jornada diária era exaustiva e sub- humana, crianças e mulheres grávidas eram obrigadas a trabalhar. Com toda essa situação de extrema exploração dos trabalhadores e o avanço de ideias socialistas muitas associações e sindicatos autónomos de operários começaram a surgir e a reivindicar melhores condições de trabalho e a jornada de oito horas diárias.


No dia 1º de Maio de 1886 milhares de trabalhadores de Chicago e de outras cidades dos EUA saem às ruas cobrando seus direitos. No dia 4 de Maio em nova manifestação, uma explosão de uma bomba serve como desculpa para uma violenta repressão contra os trabalhadores. A repressão deixa mais de cem mortos e dezenas de operários e anarquistas são presos. Dos trabalhadores presos, August Spies, tipógrafo de 32 anos, Adolf Fischer tipógrafo de 31 anos, George Engel tipógrafo de 51 anos, Ludwig Lingg, carpinteiro de 23 anos, Michael Schwab, encadernador de 34 anos, Samuel Fielden, operário têxtil de 39 anos e Oscar Neeb seriam julgados e condenados. Um dos oradores do comício operário que não foi preso durante a repressão se apresentou voluntariamente a policia e declarou: "Se é necessário subir também ao cadafalso pelos direitos dos trabalhadores, pela causa da liberdade e para melhorar a sorte dos oprimidos, aqui estou". Quatro dos trabalhadores foram mortos na forca e os demais executados no dia 11 de Novembro de 1887. Augusto Spies declarou, antes de morrer: "Virá o dia em que o nosso silêncio será mais poderoso que as vozes que nos estrangulais hoje".


Esse episódio trágico que deu origem ao significado do 1º de Maio mostra como a Burguesia através do Estado trata os trabalhadores, quando estes se encontram organizados e dispostos a lutar pelos seus direitos e pela sua emancipação. Durante muitos anos as manifestações combativas e a repressão continuaram no dia do trabalhador. Actualmente a realidade dos trabalhadores não é muito diferente. Sem terra e teto, desempregados, estudantes, catadores, domesticas e todo o conjunto da classe trabalhadora ainda sofrem os efeitos nefastos do sistema capitalista que, agora se apresenta na sua versão neoliberal. Mesmo com a exploração contínua e actualizada do sistema capitalista o sentido de resistência e luta do 1º de Maio anda meio perdido e vemos a maioria dos movimentos sociais e sindicatos realizando festas e eventos para divertir os trabalhadores neste dia que tratam apenas como mais um feriado. Não reconhecem mais o 1º de Maio como um dia de luta e resistência.


O que nos anima é que uma parte dos movimentos sociais já se deu conta da apatia e do reformismo que vem imperando na maioria dos movimentos e sindicatos existentes. Muitas lutas começam a ser travadas de forma directa e, movimentos autónomos e horizontais, baseados na acção directa popular voltam a ser uma realidade e relembram a memória dos companheiros que tombaram lutando pela liberdade e pela autonomia dos trabalhadores frente aos patrões e ao estado.


Nós, anarquistas, seguimos firmes na construção de movimentos populares combativos e autónomos da classe oprimida. O 1º de Maio é dia de luta, não de festa e conciliação!
________________________________________
Texto retirado do Informe Anarquista nº04, publicação trimestral do Colectivo Pró Organização Anarquista em Goiás
Fonte: http://www.anarkismo.net/article/2618

quinta-feira, 12 de março de 2009

Campaign against Touradas / Bullfights in Azores,*

No to the stabbing and slaughtering of bulls in the Azores Islands ----At a time when some
people taking advantage of a change in the 2004 constitution concerning the Political
Statute of the Azores are preparing to persuade the Azores Legislative Assembly to
legalize stabbing and slaughtering the bulls a group of citizens have decided to fight to
defend animal rights including these bullfights which are part of the problem.
Considering that it is unacceptable for any animal to be tortured for human entertainment.
Considering that any act that includes the needless death of any animal is biocide or a
crime against life (Article II of the Universal Declaration of Animal Rights). Considering
that animal rights should be defended by law, just as Human Rights ( Article 14) and as
we believe that cultural evolution will replace tradition and ignorance we wish to show
our total disagreement with this intention and so appeal that:

1- That street rope bullfights should not be approved nor supported by public funds on
islands where they are not traditional.

2- That stabbing and slaughtering bulls, not being part of our tradition or culture
should not be legalized in The Autonomous Region of the Azores.

3- That regional legislation for the protection of animals should be approved,
considering the European Legislation and the Universal Declaration of Animal Rights that
was proclaimed on the 15 th of October, 1978 and approved by Unesco.

Dear friends,

If you agree with this petition, please add your signature together with your profession
and country.

We would be very grateful if you could obtain more signatures.

We thank you and hope you do this to avoid unnecessary suffering of defenceless animals.

Teófilo Braga

Blog Terra Livre: http://terralivreacores.blogspot.com/

===========================================
* By anti-authoritarian anti-capitalist ecologist group from Azores

http://www.ainfos.ca/A-Infos/ainfos38552.html

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Não à sorte de varas nem aos touros de morte nos Açores



Apelo a todos os cidadãos e cidadãs e a todas as organizações ambientalistas/ecologistas e de defesa dos animais

Depois de várias tentativas frustradas de introduzir na ilha Terceira corridas picadas e touros de morte, tem-se assistido nos últimos anos a uma imposição das touradas à corda em ilhas onde não há qualquer tradição, como Santa Maria ou São Miguel, com a conivência ou apoio governamental ou autárquico.

Numa altura que as vozes de sempre aproveitando a revisão constitucional de 2004 e o novo Estatuto Político dos Açores, se preparam para fazer aprovar, na Assembleia Legislativa Regional, legislação que legalize a sorte de varas e depois os touros de morte, um grupo de cidadãos e cidadãs decidiu começar a luta em defesa dos direitos dos animais de que as touradas são uma parte do problema.

Considerando que não é aceitável que nenhum animal seja torturado para entretenimento do ser humano. Considerando que todo o acto que implique a morte de um animal, sem necessidade, é um biocídio, ou seja, um crime contra a vida (Artigo 11º da Declaração Universal dos Direitos dos Animais). Considerando ainda que os direitos dos animais devem ser defendidos pela Lei, assim como o são os direitos do homem (Artigo 14º) e por acreditarmos que a evolução cultural irá sobrepor-se à tradição e à ignorância, vimos manifestar a nossa profunda discordância com a referida pretensão e apelar para que:

1- Não sejam promovidas nem apoiadas, com recurso a dinheiros públicos, touradas à corda, nas ilhas onde tal prática não é tradição;

2- Não venham a ser legalizadas as corridas picadas e os touros de morte, por serem alheias à nossa cultura, na Região Autónoma dos Açores.

3- Seja aprovada legislação regional de protecção dos animais que tenha em consideração o disposto na legislação europeia e na Declaração Universal dos Direitos dos Animais que foi proclamada em 15 de Outubro de 1978 e aprovada pela Unesco.

Primeiros Subscritores:

Aíridas Dapkevicius (investigador-bolseiro)
Almerinda Valente (professora)
Ana Carina Ávila da Silva (consultora comercial)
André Magalhães de Barros (recém-licenciado em direito)
Aníbal Pires (professor)
António Serpa (bancário)
Artur Gil (engenheiro)
Carla Silva (bióloga)
Catarina Furtado (professora)
Cláudia Tavares (professora)
Eduardo Santos (técnico de comunicações)
Eva Lima (Geóloga)
Gabriela Mota Vieira (enfermeira)
George Hayes (professor)
Helena Primo (professora)
Herondina Meneses (professora)
Hugo Evangelista (biólogo/investigador)
Humberta Maria Ferreira de Medeiros (funcionária publica)
Isabel Albergaria (professora)
João Pacheco (professor)
João Pinto (professor)
José Andrade Melo (professor)
José Guerra (professor)
José Luís Q. Mota Vieira (aduaneiro)
José Lopes Basílio (professor)
José Pedro Medeiros (bancário)
Leonor Galhardo (bióloga)
Lubélia Travassos (secretária)
Lúcia Ventura (professora)
Luís Noronha Botelho (professor)
Lurdes Valério e Cunha (professora)
Manuel Araújo (engenheiro)
Manuel Sá Couto (professor)
Maria José Vasconcelos (professora)
Maria Manuela Borges Gonçalves do Livro (professora)
Mário Furtado (professor)
Miguel Fontes (estudante)
Nélia Melo (professora)
Olinda Costa (professora)
Patrícia Costa (professora)
Paulo Borges (professor universitário)
Pedro Albergaria Leite Pacheco (professor)
Rita Melo (bióloga)
Ricardo Nuno Espínola de Ávila (educador de infância)
Rui Soares Alcântara (professor)
Sandra Câmara (bióloga)
Sérgio Diogo Caetano (geólogo)
Teófilo Braga (professor)
Vitor Medina (professor)
Zuraida Soares (professora)

Todas as pessoas singulares ou colectivas (formais ou informais) e blogues que queiram subscrever este apelo deverão enviar um mail para este blog(terralivreacores@gmail.com) manifestando a sua intensão e indicando o nome, profissão (ou instituição a que pertence)e local de residência (no caso dos cidadãos/cidadãs) nas associações e outros colectivos deverão indicar o nome e o local.

Agradece-se a divulgação desde Apelo.

Extraído de: http://terralivreacores.blogspot.com/

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

O Anarquismo em Portugal

Sobre o anarquismo em Portugal
por Júlio Henriques

Ao contrário da Espanha (ou da Grécia), o pensamento e as práticas anarquistas não parecem ter deixado em Portugal um lastro profundo. Expressões disso mesmo podemos encontrá-las no facto de a sociedade portuguesa continuar a ser na Europa aquela onde existem as maiores discrepâncias sociais ou no facto, até, de a figura do cidadão não se encontrar instituída nas formas de tratamento, mantendo-se hoje, na democracia formal, as que se institucionalizaram durante a ditadura salazarista, no velho «país dos dótores» que José Cardoso Pires satirizou com verve nos anos 60.
Parece de facto estranho que um movimento político e social que se mostrou tão pujante entre finais do século XIX e os finais da década de 1920, e que constituiu sem dúvida a mais importante corrente revolucionária do movimento operário em Portugal, tenha por assim dizer desaparecido após os anos 30, não se tendo transmitido de forma muito expressiva o seu património filosófico e a sua memória política e social às gerações que actuaram durante os longos anos da ditadura. (Sendo aliás a extraordinária capacidade de duração do Estado Novo um outro elemento porventura revelador da não transmissibilidade do anarquismo nas condições portuguesas.)
Em Portugal, o movimento anarquista foi suplantado no terreno da oposição, a partir dos anos 30, pelo Partido Comunista, criado em 1921 como uma cisão que aliás teve origem nas fileiras do operariado libertário. Essa suplantação ficou a dever-se a várias circunstâncias, a mais importante das quais terá sido o enorme entusiasmo que a Revolução Russa de 1917 despertou também em Portugal e a concomitante «superioridade política» com que esse acontecimento surgiu aos olhos de uma parte dos militantes em luta, tendo em conta que a Revolução Russa apareceu como uma revolução proletária vitoriosa e que em Portugal só ao fim de alguns anos se começaram a ter informações sobre a sua realidade política, ou seja, sobre a concentração do poder nas mãos do partido bolchevique (contrariando o lema libertário «todo o poder aos sovietes») ou sobre a implacável perseguição que esse poder passou a mover à autonomia operária em geral e aos anarquistas em particular.
Nas condições de clandestinidade impostas a qualquer actividade de oposição pelo Estado Novo, a organização que veio a encontrar-se em relativamente melhores condições de subsistir e progredir foi o PCP, devido à sua própria estruturação hierarquizada e de tipo conspirativo e ao facto de poder contar com o apoio de uma importante retaguarda, a URSS. Os anarquistas, além de terem sido grandemente dizimados nos afrontamentos finais do período da I República e do advento do fascismo, não dispunham de uma retaguarda de apoio; e, por outro lado, as suas formas organizativas, de carácter horizontal, não se adequavam às condições da clandestinidade.
Em todo o caso, as organizações anarquistas não puderam manter-se em actividade de modo a transmitirem o seu legado, de forma operacional, às gerações seguintes. E ao mesmo tempo o PCP foi adquirindo um grande ascendente ideológico, com base na sedução exercida pela URSS e nas lutas empreendidas na clandestinidade, o que o levou a tornar-se hegemónico na oposição ao regime fascista, resultando dessa hegemonia, do ponto de vista teórico e da influência ideológica por ele exercida, o quase apagamento da história do anarquismo em Portugal e das perspectivas de uma revolução de características anti-autoritárias assente na autogestão, ou seja, num poder exercido directamente pelos trabalhadores através da expropriação dos capitalistas.
Alguns anarquistas continuaram sem dúvida a tentar levar a cabo diversas acções contra o regime fascista, quer em Portugal quer no estrangeiro, onde muitos deles se exilaram. Dos que actuaram no estrangeiro, é de sublinhar o caso de Edgar Rodrigues, sem dúvida ainda hoje o mais activo historiador do anarquismo português, que no Brasil publicou vários livros de denúncia da ditadura salazarista, um dos quais, A Fome em Portugal (este em parceria com Roberto das Neves), teve bastante repercussão nos anos 60.
Depois do 25 de Abril de 1974, os anarquistas portugueses ressurgiram no terreno público, muitos deles regressados do exílio, abriram sedes, participaram nas lutas sociais e políticas suscitadas pelo golpe de Estado popular, publicaram artigos e livros notáveis. O anarco-sindicalista Emídio Santana, conhecido co-autor do atentado contra Salazar em 1937, foi um dos mais activos. Mas muitos dos militantes libertários eram pessoas já bastante idosas; o contacto com eles foi uma experiência fundamental, quer para o conhecimento directo, em primeira mão, de uma parte essencial da história do movimento operário e anarquista, quer como partilha de uma humanidade rara, de pessoas com uma profunda consciência de classe e que mantinham viva a noção de que a transformação revolucionária deve ter por base a auto-emancipação. Outros, muito mais jovens, ex-refugiados ou exilados como desertores e refractários ao exército colonial, tinham descoberto o anarquismo, em melhores condições de informação, no estrangeiro (inclusive o anarquismo português), sobretudo a partir da grande revolta de Maio de 68.
Mas a verdade é que, apesar da relativa proliferação de grupos e publicações anarquistas após o 25 de Abril, nunca se reconstituiu nenhuma federação libertária com capacidade para intervir a longo prazo na sociedade e com resultados substanciais. Pelo menos até um período recente, o diálogo desses vários grupos afins, susceptível de exprimir um confronto estimulante, revelou-se em geral fraco ou mesmo inexistente, apresentando-se amiúde o anátema mútuo como a única relação possível; repetindo com isso, no fundo, o clima de suspeição sistemática e de concorrência que os grupos de extrema-esquerda levaram à exaustão paranóica e à caricatura nos anos 70.
Tais circunstâncias acabam sempre por ter repercussões doentias, levando os indivíduos e os grupos a assumir características de seitas que se digladiam e a criar formulações e uma linguagem que só podem afastá-los uns dos outros e das próprias realidades circundantes.
Nos últimos anos, no entanto, parece começar a emergir um outro clima, fruto também, possivelmente, das próprias condições que o capitalismo vem forjando no sentido de um aprofundamento do desastre que ele constitui.
Por JÚLIO HENRIQUES *
* Tradutor.

quarta-feira 4 de Fevereiro de 2009

Fonte: http://pt.mondediplo.com/spip.php?article453

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O anarquismo na revolução

Na realidade, existe uma não pequena confusão sobre o que seja anarquismo. O próprio termo foi usado por vários autores antes de Bakunin, nomeadamente por Proudhon (que não foi o primeiro). Estes estavam conscientes que o termo estava conotado com o conceito de caos, desordem. Porém, eles acreditavam que a negação da «arquia» ou seja do poder, entenda-se do poder político, do poder sobre os outros, se tornaria o sentido predominante. A burguesia, vendo que era uma teoria que acrescentava perigo às «classes perigosas», decidiu estigmatizar o termo como sinónimo da pior desordem social.

Apesar disso, a realidade dos meados do século dezanove fez com que o anarquismo esteve muito mais próximo das classes populares e inspirou muito mais os revolucionários da Iª Internacional, do que o comunismo/socialismo/social-democracia, autoritários, protagonizados por Marx e todos os que consideravam que a formação de partidos, capazes de disputar as eleições e obter deputados nos parlamentos, era a única saída para a classe trabalhadora.

A primeira revolução proletária, a Comuna de Paris, mostrou ao próprio Marx que a comuna era a forma orgânica de poder popular, um tipo de governo federalista, onde todas as secções estavam mobilizadas para realizar as tarefas da revolução, sob controlo permanente das assembleias.

Alguns anos mais tarde, em 1905, na primeira grande revolta do proletariado russo, surgiu uma forma de organização, os conselhos de operários ou sovietes, das fábricas em greve, das fábricas ocupadas, inspirada pelos anarquistas russos e que ia beber à comunidade rural tradicional (o Mir) que ainda estava viva neste época e que Kropotkine descreveu. Eram estes os verdadeiros sovietes!

Após a revolução de Fev. de 1917 estes ressurgiram, uns saindo da clandestinidade, outros organizados pela primeira vez, nomeadamente os sovietes de soldados. Foi uma habilidade de Lenine, maquiavélica, de fazer crer que o partido bolchevique estava com a organização dos sovietes, o famoso slogan «todo o poder aos sovietes», que proclamou após o triunfo do golpe de 7 de Novembro de 1917: foi exactamente o princípio do fim dos sovietes como organismos de organização do povo, do proletariado.

O último soviete livre, o de Kronstadt, de onde tinha partido a insurreição da marinha, foi afogado no sangue pouco tempo depois, em 1921 (http://www.struggle.ws/russia/mett/background.html).

Mas os libertários tiveram outras experiências de organização federalista, horizontal, em democracia directa: qualquer revolução ocorrida na Europa, após a revolução russa, recorreu aos conselhos de operários insurrectos: foi assim nas comunas de Berlim e Munique, na república dos Conselhos húngara, biénio rosso italiano, na vaga de greves que acompanhou a vitória do Front Populaire em França e por fim, na revolução espanhola.

Nestes episódios trágicos, os comunistas autoritários frequentemente tiveram um papel de controlar e depois de abafar esses embriões de poder popular. Eles nunca deixaram que os trabalhadores assumissem uma verdadeira auto-gestão. Eles mantiveram o sindicalismo estritamente ligado a um corporativismo, reaccionário e ineficaz. Negaram e combateram o sindicalismo revolucionário, mesmo quando se auto-proclamavam como tal. Estiveram sempre do lado do poder, pois sempre foram idólatras do poder, apenas usando retórica revolucionara.

O sectarismo foi sempre o traço dominante do seu pensamento. Fomentaram as divisões sindicais, tornaram difícil ou impossível a constituição de frentes de resistência ao fascismo em crescimento nos anos 20, apenas mudando de táctica quando já mais de metade dos países da Europa estavam com regimes fascistas (nos anos 36- 39 a Alemanha, a Polónia, a Hungria, a Roménia, a Jugoslávia, a Albânia, a Grécia, a Bulgária, a Itália, Portugal eram regimes fascistas ou fascizantes).

Os anarquistas que estavam nos sindicatos foram apelidados de «anarco sindicalistas» pelos leninistas, que pretendiam assim estigmatizar, isolar, apontar do dedo, aqueles que não aceitavam a hegemonia do PC sobre o movimento social e sindical. Os sindicalistas revolucionários autênticos tentaram evitar as rupturas, bateram-se para que houvesse uma frente unida sindical. Porém, os bolcheviques das diversas tendências digladiavam-se como hoje, para ver quem hegemonizava o movimento sindical. Por isso o movimento sindical acabou por ser esmagado, a república espanhola foi esmagada pelos fascistas de toda a Europa e não apenas pelas tropas de Franco. Graças a isso Estaline pode fazer o seu pacto germano-soviético, com a partilha da Polónia como prémio. Assim começou a IIª guerra mundial. O povo russo pagou bem caro a loucura do seu ditador. A destruição que sofreu o povo soviético foi muito maior porque Estaline não queria dar nenhum sinal
de que tinha qualquer desconfiança para com Hitler!

As pessoas são mantidas na ignorância da história dos movimentos revolucionários, insurreccionais, porque não vão procurar as visões menos ortodoxas, aceitam com uma candura impressionante os «clichés» que são propagados pelos livros escolares de História, ou pelas cartilhas dos partidos ditos «operários».

Se nos debruçarmos para compreender verdadeiramente a realidade desses movimentos insurreccionais, vemos que eles não obedecem de forma nenhuma aos esquemas simplistas que os ideólogos propagam.

Hoje igualmente, com a insurreição grega, passa-se a mesma coisa. Os média ao serviço do poder não explicam o contexto, apenas assustam as pessoas com imagens de «violência».

Manuel Baptista

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Declaração Sobre Gaza

A existência de um morticínio, aqui à nossa porta, em Gaza, é um sinal da barbárie instalada. Recusamos a chamar a isso «acção de guerra»; a acção punitiva de Israel é uma violação das convenções de Genebra e dos mais elementares direitos humanitários, inserindo-se na actuação genocida de que os palestinianos têm sido vítimas. De facto,

O ataque a populações civis tem sido efectuado continuamente
Os civis são impedidos de sair da zona por um cerco continuado que dura desde que o Hamas teve a maioria em 2006 (não só em Gaza, em todo os Territórios palestinianos, com 70% dos votos)
Os civis são sujeitos a uma contínua e planeada escassez de alimentos, água potável, energia, medicamentos, etc., intensificada nesta ocasião pelos israelitas.
Os ataques são motivados pelo desejo de eliminação física de inimigos políticos, sendo os alvos declarados figuras políticas do movimento Hamas e da restante resistência palestiniana.
As acções de guerra de Israel são muito mais do que actos de retaliação pelos foguetes disparados a partir de Gaza, não só pela sua desproporção (mais de 400 mortos do lado palestiniano, contra 4 mortos do lado Israelita), como pelo facto de se mostrarem ineficazes.

O objectivo dos sionistas de Israel é claro: pretendem, nesta «janela de oportunidade», entre a passagem de poderes de presidente dos EUA, resolver o «problema do Hamas», com a conivência da chamada Autoridade Palestiniana. Sucede que o "problema Hamas" nasceu do repúdio dos palestinianos pela corrupção da Autoridade a qual, para subsistir, necessita do apoio político e material de Israel. E os massacres levados a cabo por Israel, não só acentuam a resistência do povo ao inimigo sionista, como isolam a Autoridade, obrigada a brandos protestos contra as acções de Israel.

Israel é uma entidade totalmente ilegítima, uma vez que se constituiu sobre territórios conquistados pela guerra ou usurpados por leis racistas, de acordo com as quais, os palestinianos em particular e os árabes em geral são uma "raça" inferior, sem direito à legitimidade emanada dos seus textos "sagrados".

O seu objectivo, desde o início da ocupação é expulsar a população palestiniana de Gaza e da Cisjordânia, com políticas que tornam a vida normal impossível para as populações. Agora, como nos massacres de 1948 pretendem gerar uma situação de força para aceitarem, e devido tempo, uma trégua onde os palestinianos terão a oportunidade «generosa» de fugir desse inferno, do maior campo de concentração que jamais existiu!

Estamos perante um genocídio encapotado, iniciado antes da fundação do próprio estado sionista, assumindo, em certos momentos, características de «limpeza étnica». Não esqueçamos que o slogan do movimento sionista (já no século XIX) era: «para um povo sem terra (o povo judeu) uma terra sem povo (a Palestina)», pretendendo fazer passar a ideia de que a Palestina seria um quase deserto e negando, portanto, a existência do povo palestiniano constituído por gente de confissões religiosas distintas (muçulmanos, judeus e cristãos) vivendo sem conflitos confessionais.

O que permite isto tudo é a atitude de falsa neutralidade dos poderes ocidentais, incluindo a posição hipócrita de europeus, que se pretendem numa posição de equidistância quando, na verdade, é um povo inteiro que está a ser martirizado por um poder colonial. Quando considerarem a limpeza étnica suficiente, os europeus, com capacetes azuis ou de outra cor, legalizarão tudo como fizeram em relação à ex-Jugoslávia, pretendendo estabilizar uma partição étnica que Israel nunca considerará acabada enquanto não constituir o seu Eretz Israel, estado "etnicamente puro" mas, com bantustões árabes fornecedores de mão de obra precária e barata nas imediações.

Uma parte importante da opinião pública é iludida com a ideia racista de que os israelitas «são como nós» europeus, sendo os palestinianos «árabes». Isso é falso, primeiro, porque não existe um fosso político e cultural tão grande entre a população palestiniana, em que uma fracção importante adopta uma atitude laica em religião e tem um posicionamento semelhante às várias correntes políticas e ideológicas do ocidente. Depois, porque etnias ou diferenças civilizacionais não constituem fontes de legitimidade para uma classificação de um povo como superior ou inferior em relação a outros.

Trata-se, neste momento, de denunciar uma imagem falsa, difundida pelos órgãos responsáveis da UE de equidistância neutral, como se tudo se tratasse de um desaguisado entre detentores de direitos legítimos. Não há equivalência, mas, um lado agressor, opressor, colonial, culpado de genocídio e criminoso de guerra (o lado israelita) e um lado agredido, oprimido nos seus anseios legítimos, no seu direito à própria vida, vítima num genocídio que se estende por gerações (o lado palestiniano). Mesmo quando este último recorre a uma legítima e justa luta armada, a tratar-se de um combate entre «David e Golias», David, não é o futuro rei dos Judeus, mas um pastor palestiniano, lutando pelo direito à existência.

O Colectivo Luta Social (Portugal)

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

TRAIÇÃO SINDICAL


Nos Açores, está em curso uma revisão do ECDRAA - Estatuto da Carreira Docente dos Professores dos Ensinos Básico e Secundário e dos Educadores. Nos próximos dias realizar-se-ão negociações entre o Governo e os dois maiores sindicatos, o SDPA, filiado na FNE(UGT) e o SPRA, membro da FENPROF (CGTP).

Este último sindicato, contráriamente ao que seria de esperar (ou não) tem sido um grande aliado do Governo Regional dos Açores. Com efeito, nos últimos tempos, dirigentes e delegados sindicais seus têm boicotado todas as iniciativas independentes dos professores dos Açores apelando à revisão/revogação do Estatuto em vigor e a suspensão do actual modelo de avaliação.

Curiosamente os seus dirigentes não têm qualquer "complexo" em aparecerem nas manifestações espontaneas que se têm realizado em Ponta Delgada.

Para que não não caia no esquecimento, abaixo transcrevo o relato de um plenário do SPRA onde convidado de honra esteve presente Álamo Meneses, o pai do ECDRAA e do modelo de avaliação que se pretende remendar.

Aqui vai:


Vocês sabiam que em Outubro de 2006 o presidente (Armando Dutra) do maior sindicato açoriano (SPRA) teve o desplante de convidar para um plenário desse sindicato o secretário regional da educação (que é o equivalente a um ministro da educação para os açores). Pois é o tal secretário regional da educação (Álamo de Meneses) que em Janeiro de 2002, à laia de Hitler, implantou um regime de concursos xenófobo que entretanto também se generalizou á Madeira. Este artista segue a linha de pensamento de pessoas como : José Sócrates ou Mª de Lurdes Rodrigues com a diferença de ter um pouco menos de vergonha na cara. Só para terem uma ideia este secretário regional da educação (Álamo de Meneses) já chegou a dizer em reuniões com sindicatos coisas como : 1) “Quem não está satisfeito não venha trabalhar para cá !!! “ 2) “Não lhe agrada esta ou aquela norma do ECD ? mas olhe que não faltam pessoas que querem ser professores !” 3) Relativamente ao regime de faltas , atestados etc disse : “Até nos internamentos eu hei-de meter a unha ” Quanto ao ECD para os Açores que não hajam ilusões é a mesma Mer… e o processo negocial também !!! ou seja: é inexistente e pelos vistos o secretário regional da educação (Álamo de Meneses) já anda a manipular os sindicatos pela pessoa do Sr Armando Dutra, que agora já o convida para plenário sindicais. HAJA VERGONHA !!! Falta explicar o que aconteceu no referido plenário. Sim, afinal o que faz um secretário regional da educação num plenário sindical ? Fez o que todos os políticos fazem quando lhe surge muita gente pela frente: “política essencialmente”. Mas não foi uma política qualquer, os nossos políticos estão a desenvolver um novo estilo de fazer política e o ataque aos funcionários do estado faz parte da estratégia. De uma forma mais ou menos explicita este bicho teve a lata de deixar mensagens do género : 1) não julguem que aqui o ECD vai ser diferente !!! ; 2) os professores trabalham pouco ; 3) os professores faltam muito ..é uma vergonha a quantidade de atestados que surgem colados às férias de Natal ; etc Ou seja para além de fazer política gozou claramente na cara dos presentas. Bem e querem saber a melhor… a generalidade dos professores ouviu e aplaudiu … É caso para dizer: « têm o que merecem !!!» (e aqui não posso dizer “temos” porque eu demarco-me claramente deste tipo de palhaços e palhaçadas).

Extraído daqui: http://www.saladosprofessores.com/index.php?option=com_smf&Itemid=62&topic=7340.0